47% dos brasileiros são contra a volta do horário de verão

Levantamento do Datafolha mostra que rejeição cresceu nos últimos anos; governo fará reunião sobre o tema na 3ª feira (15.out)

Levantamento do Datafolha divulgado nesta 2ª feira (14.out.2024) mostra que 47% dos brasileiros são contra a volta do horário de verão. A mesma parcela diz ser a favor. Outros 6% dos entrevistados afirmam ser indiferentes à retomada do mecanismo, extinto em 2019 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Eis a íntegra (PDF – 151kB).

Segundo a pesquisa, apesar da volta do horário de verão dividir a opinião dos brasileiros, comparado a levantamentos anteriores, a rejeição cresceu. 

Em setembro de 2017, 58% da população era a favor da medida e 35% contrária. Em 2021, o percentual favorável caiu 3 pontos: foi para 55%. A rejeição cresceu no mesmo nível, para 38%.

A pesquisa foi realizada de 7 a 8 de outubro. Foram entrevistadas 2.029 pessoas de 113 municípios brasileiros. A margem de erro é de 2 p.p. para mais ou para menos e o nível de confiança de 95%.

GOVERNO ANALISA RETOMADA

Na 6ª feira (11.out), o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) disse que o governo irá decidir sobre a volta do horário de verão na 3ª feira (15.out). A decisão cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na ocasião, o ministro afirmou que a maior importância do horário de verão é do período de 15 de outubro a 30 de novembro. Declarou ser uma política pública implementada em vários países, “em especial nos desenvolvidos”. Também disse que o tema não deve ser tratado como “questão ideológica”, como foi “no governo anterior [de Jair Bolsonaro].

O horário de verão, segundo o ministério, reduz o uso de energia no horário de pico e, com isso, diminui a necessidade de contratação térmica. O ONS estima economizar R$ 400 milhões com a medida, uma quantia baixa perto dos custos extras neste período no sistema elétrico. 

A possibilidade de volta do mecanismo por causa da seca foi antecipada pelo Poder360 em 11 de setembro. Em entrevista a este jornal digital, Silveira disse que o país enfrenta a pior estiagem dos últimos 94 anos e, por isso, nenhuma possibilidade pode ser descartada –incluindo o horário de verão.