Quatro em cada dez internações por desidratação em SP são de idosos

A desidratação é caracterizada principalmente pela deficiência de água no corpo, que pode ser causada por um suor excessivo, vômitos, diarréia, ou pelo aumento da frequência urinária — o que ocorre quando se usa algum tipo de medicação com efeito diurético, além da capacidade diminuída de beber água, como a impossibilidade de locomoção.

De acordo com Fernanda Sperandio, médica geriatra da Medsenior, os idosos são especialmente sensíveis à desitratação por algumas razões: demoram mais para sentir sede e a sentem com menos intensidade; têm maior porcentagem de gordura corporal e a pele mais fina. E devido ao fato de o tecido adiposo conter menos água do que o tecido magro, o volume total de água no corpo tende a diminuir.

A desidratação pode acometer essa parte da população mesmo no inverno porque, quando as temperaturas caem, transpiramos menos e, como resultado, consumimos menos água — o que pode deixar o indivíduo idoso ainda mais exposto à desidratação. Segundo a Secretaria de Estado Saúde de São Paulo, a cada dez internações, quatro são de pessoas com mais de 60 anos (40%).

Sperandio ainda alerta que os principais sinais de desidratação são: a boca mais seca, vontade de beber água constante, e a fadiga. Nos idosos, é muito comum, também, a sonolência, a pele seca, dor de cabeça, tontura, e uma diminuição da quantidade da urina ou xixi mais concentrado. O diagnóstico de desidratação é feito com base em sinais e sintomas de exame físico apresentado pelo paciente e também pode ser confirmado por alguns exames de sangue.

Como evitar desidratação no inverno?

”É importante conversar com o geriatra para saber qual a quantidade de líquido diário que você precisa ingerir para evitar a desidratação. Isso é calculado pelo seu médico. Uma dica legal é deixar sempre uma garrafinha ao lado, porque, aí, você vai conseguir quantificar se está bebendo a quantidade líquido necessária.”, afirma a geriatra.

No caso dos idosos acamados, é de responsabilidade do cuidador incentivar e monitorar a ingestão de líquidos. Essa pessoa deve lembrar que as orientações devem ser seguidas em todas as estações, não apenas no inverno ou no verão. A hidratação adequada deve ser uma prioridade o ano todo.

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